Eu era aquela miúda que nos tempos do infantário, no dia em que me era destinada a sorte grande de levar uma cassete para todos assistirmos, escolhia o FANTASIA da Disney. Para quem não conhece esta obra prima, pode ver aqui. Resumindo: colocam uma orquestra a tocar música clássica de grandes compositores e animam a história com peças com o Mickey aprendiz de feiticeiro, Pégaso e a sua família de cavalos alados, dinossauros e a sua extinção, centauros, hipópotamos e crocodilos bailarinos, cogumelos dançantes e Baco/Dionísio deus do vinho com as suas ninfas e bebedeiras... Ok, estes últimos itens parecem mais cenas trazidas da série Shameless do que de um filme da Disney. Hahaha! Estão a ver porque é que eu gostava deste filme né?
Não que não gostasse de outros filmes. Adorava todos os filmes. Mas os outros miúdos já levavam tudo o resto. E ninguém, nunca, levava aquele. Claro que a certa altura a educadora, que já de si não entendia o sabor e não apreciava meeeesmo aquele tipo de coisas antiquadas e fora de moda, não conseguia controlar os miúdos que se começavam a levantar e a correr pela sala de ranho a escorrer pelo nariz e a meter à boca os dedos que tinham andado a caminhar pelo chão e dizia: Inês, vamos ter que ver este filme noutra altura ok? Com muita pena e de sobrolho franzido respondia: Tá beeeeeem! E o leitor lá engolia um Rei Leão pela milésima vez.
O Fantasia foi uma ideia brilhante, com críticas fantásticas e inúmeros prémios. No entanto como seria de esperar só atingiu grandes vendas em países sobre-desenvolvidos. Filmes sem falas e sem legendas exigem demasiado. Não é qualquer espécimen que nasce dotado de um cérebro capaz de estar confortável e apreciar um filme só com imagens e música. Deixa demasiada coisa livre à imaginação. Dá muuito trabalho. É uma seca!
Fixe é o Big Brother, que tem ali tudo mais do que explícito, uma pessoa nem precisa de imaginar nada. Está ali tudo escarrapachado e a linguagem é do mais primitivo possível. A única coisa que funciona são os olhos e os ouvidos. O cérebro fica morto e estático a assistir porque nada digno lhe sobra para fazer.
Não que não gostasse de outros filmes. Adorava todos os filmes. Mas os outros miúdos já levavam tudo o resto. E ninguém, nunca, levava aquele. Claro que a certa altura a educadora, que já de si não entendia o sabor e não apreciava meeeesmo aquele tipo de coisas antiquadas e fora de moda, não conseguia controlar os miúdos que se começavam a levantar e a correr pela sala de ranho a escorrer pelo nariz e a meter à boca os dedos que tinham andado a caminhar pelo chão e dizia: Inês, vamos ter que ver este filme noutra altura ok? Com muita pena e de sobrolho franzido respondia: Tá beeeeeem! E o leitor lá engolia um Rei Leão pela milésima vez.
O Fantasia foi uma ideia brilhante, com críticas fantásticas e inúmeros prémios. No entanto como seria de esperar só atingiu grandes vendas em países sobre-desenvolvidos. Filmes sem falas e sem legendas exigem demasiado. Não é qualquer espécimen que nasce dotado de um cérebro capaz de estar confortável e apreciar um filme só com imagens e música. Deixa demasiada coisa livre à imaginação. Dá muuito trabalho. É uma seca!
Fixe é o Big Brother, que tem ali tudo mais do que explícito, uma pessoa nem precisa de imaginar nada. Está ali tudo escarrapachado e a linguagem é do mais primitivo possível. A única coisa que funciona são os olhos e os ouvidos. O cérebro fica morto e estático a assistir porque nada digno lhe sobra para fazer.
Pais e avós deste mundo: incentivem as vossas crianças a ouvir peças intrincadas de música. Não os deixem ouvir só músicas de 3min com os mesmos acordes e arranjos, e refrões repetitivos. Eduquem os cérebros das vossas crianças para compreenderem melodias complexas, com várias camadas de instrumentos, de frequências. E já agora estimulem-nos a estudar música, qualquer instrumento. Estudar música clássica, mais do que os restantes tipos de música e instrumentos, ajuda o cérebro a criar e manter caminhos que se correlacionam com o seu uso na música, tornando-o mais rápido e eficaz a resolver problemas e a ordenar pensamentos. É um grande contributo para a evolução da espécie, e para a realização pessoal. Devia haver colunas de som em certos sítios da cidade só a passar música non-stop, a ver se a longo prazo extinguíamos alguns pontos fracos da sociedade.
Vamos recomeçar pelos Aliados. Para quem tem acompanhado outras edições, 2016 também vai ser ano de concertos com entrada livre do programa "Verão na Casa". Esta sexta-feira às 22h o Sérgio Godinho e a Orquestra de jazz de Matosinhos vão tocar para quem quiser ouvir (e para quem estiver por perto na baixa mesmo que não queira). E no Sábado às 22h estará em palco a Orquestra Sinfónica da Casa da Música. Não percam! Levem as crianças convosco.
Dia 18 também deste mês começa o programa da Casa da Música de Domingos ao meio-dia 2016/2017. E começa muito bem com obras de Mahler. É baratinho, não se deixem ficar por casa. E podem dormir a manhã quase toda =) Querem melhor?
Ver programa aqui.
PS: Se alguém conhecer o director de programação da Casa da Música que lhe proponha fazer o FANTASIA e o FANTASIA 2000 em concerto como parte dos programas educativos para miúdos (e graúdos) =)
0 comentários
Deixe mensagem