Atracções do minimalismo #2

...continuando Tudo à nossa volta nos grita que a riqueza que importa é a riqueza material. Estamos sempre a pensar em ganhar mai...



...continuando

Tudo à nossa volta nos grita que a riqueza que importa é a riqueza material. Estamos sempre a pensar em ganhar mais dinheiro, para podermos fazer face às despesas mensais. Mas só nos aprisionamos mais ao trabalho, aos sapos que temos de engolir, sentimo-nos cada vez mais enredados e sem escape, pois "temos contas a pagar".
E, se pelo contrário, estamos é a gastar demais? [Não estou a falar de quem sobrevive com vencimentos até 800€.] E se pudéssemos estar folgados em termos financeiros, para vivermos o nosso dia-a-dia profissional com menos pressão, mais tranquilidade e liberdade, e dizer de vez em quando ao chefe pra ir àquele sítio?

Diminuir drasticamente o consumo de tudo, recheia a carteira. Efectivamente não precisamos de renovar o guarda-roupa, e a sapateira, e a maleira, e a oculeira, e a decoração da casa, e o carro, e a multimédia toda lá de casa. Não precisamos de subcontratar todos os serviços e mais alguns. Não faz sentido do ponto de vista de gestão de preenchimento da área interior de habitação, não faz sentido do ponto de vista económico, não faz sentido do ponto de vista ecológico.
Se vêem algo realmente incrível que querem comprar, há várias tácticas que podem adoptar para perceber se é algo que precisam muito/querem, ou se é apenas algum ímpeto consumista que a pressão social semeou aí nas célulazinhas cinzentas. E cada um conhece as desculpas que dá a si próprio para justificar as novas aquisições, pelo que cada um deve encontrar, se quiser, um método que resulte consigo.

Exemplos:

1. Regra 30/30
Se quiserem comprar algo superior a 30€, tentem viver sem isso 30 horas, ou 30 dias. Ajustem a escala de preço e tempo em função do item.
"Ai que skate tão fixe. Será que compro? Vou pensar um mês! Mas ele só está em promoção agora. É melhor comprar, porque depois se eu quiser mais tarde, vai estar muito mais caro e vou perder dinheiro. Catchim! (barulho da marca registadora imaginária)."
Passados 3 meses, não surgiu uma única oportunidade para  usar o skate.
"É que eu ainda por cima nem sequer sei andar de skate, apenas gostava muito de aprender aos 32 anos. E esqueci-me de comprar joelheiras, e capacete e cotoveleiras. É isso, tenho que ir comprar..."
Passados 2 anos o kit foi usado uma vez, e está encostado na garagem atrás de mil caixas, e a única coisa que produziu foi uma série de negras no rabo, e três dentes lascados.


2. Sempre que comprarmos algo novo temos de fazer desaparecer de casa o equivalente.
"Que sapatilhas espectaculares! Mas já tenho 10. Mas estas é que são mesmo brutais. Então tenho de fazer desaparecer uma das outras. Qual delas? Não quero desfazer-me de nenhuma. Hmmm... Mas também não tem mal levar estas, é só uma coisinha."
Passados 10 anos temos o armário repleto de roupa e sapatilhas que nem nos lembramos que temos, e usamos para aí 5% do que lá está, se tanto. Ora pensem lá quanta da vossa roupa usam efectivamente?


3. Arranjem programas interessantes de fim-de-semana e fim-de-dia, que não incluam passar por ruas comerciais e shoppings =) Se não são fortes para resistir à tentação, fujam às situações de tentação.


4. Quando precisam de fazer algo em casa, não subcontratem. Hoje em dia há acesso fácil a vídeos, e tutoriais online que ensinam a fazer tudo. Vão ao Leroy Merlin e perguntem aos simpáticos como fazer as coisas.
Exemplo: Por favor, não paguem 60€ a um picheleiro para vos substituir a torneira do quarto de banho, ou o sifão. POR FAVOR! Perguntem-me como fazer, até eu ajudo.


5. Descarreguem uma aplicação como a "Money Lover" para registar os custos que têm mensalmente, por categorias e sub-categorias. Podem prever os custos dos meses futuros, organizar pelo intervalo de tempo que quiserem. Mil e uma opções. Se quiserem um uso mais directo, fazem como eu, deixam aquilo com as configurações iniciais, e só vão carregando no "+" para acrescentar contas.
Nas compras de supermercado, dissequem os custos por categorias também. Não dá muito trabalho, os talões dos hipermercados até já organizam automaticamente os itens por "espécie".
No fim do mês a aplicação junta os custos pelas subcategorias, e podem ver exactamente onde estão as malandrices.


6. Pensem em perguntas a fazer mentalmente quando vos apetece comprar algo:
a) Posso comprar isto sem sacrificar o meu equilíbrio financeiro?
b) Posso sustentar isto sem sacrificar o meu equilíbrio financeiro? Por vezes, não é o valor de compra, mas o valor de sustentar algo. Por exemplo, comprar têxteis que só podem ser lavadas a seco, e de cada vez que vão lavar pimbas, ora passa para cá 20 mocas.
c) Vai acrescentar valor à minha vida?
d) Quais são as alternativas ou prioridades para gastar o €? Em que é que seria melhor empregue?
e) Posso viver bem sem isto por enquanto?



7. Vendam tudo o que tiverem a mais. Sites como OLX, lojas de segunda oportunidade... É só escrever no google pessoal: "segunda mão Porto".


8. Esqueçam os preconceitos, comprem em segunda-mão. [Hmmm... menos as cuecas e as meias. Essas não vale a pena.]



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