Mad tea party
Não se pode ter tudo na vida
06:09:00
Hoje estou inspirada. Deve ter sido do serão de caipirinhas de ontem e de ter tido 6h de conversa com dois génios deste mundo.
E ouvir Nouvelle Vague a manhã toda também ajuda vá!
"Eu queria era ser rica!"
Quem nunca ouviu ou disse isto? Só quem é milionário e esses não lêem este blog.
Cá eu ouvi tantas vezes esta frase batida, tantas vezes até da minha própria caixa vocal. Como aquele grandioso letrista português diz: "mãe fazias-me era rico em vez de bonito!". Aiai (suspiro)...
Vamos ver uma coisa, o dinheiro encontra-se no mundo e nós não somos muçulmanos nem vivemos em ditadura. Valeu! O dinheiro está mal distribuído, é certo. E não abunda aqui nesta terra perdida à beira-mar no cu rabo da Europa. Mas ele anda aí. Quase todo na núvem também é certo, que se o pessoal quiser ir hoje levantar todo o seu dinheiro ao banco dá cocó. Temos de experimentar um dia destes ;)
O que interessa aqui é que todos podemos ser ricos ou ter/fazer o que quisermos. Qualquer um de nós. E a questão maior não será a que tantos psicocenas fazem: "O que estás disposto a fazer?". A questão é "O que estás disposto a sacrificar?".
Uma coisa vos digo, como em todos os outros aspectos desta vida sádica: pode ter-se aquilo que mais se deseja, mas não se pode ter tudo.
(Isto lembra-me um meme muito bom)
ESTUDO DE CASO: O ZÉ E A BOLA!
(com a bola é mais fácil para mais gente perceber o conceito da coisa)
O Zé prometia ser um grande jogador de futebol e tinha mesmo jeito para a coisa, mas acabou por não dar em nada.
Conclusões: É um preguiçoso/ Não tem garra/ Afinal não era assim tão bom!
Tá maaal! O Zé não é preguiçoso. Garra todos temos. Nem que seja garra para ficar no sofá a ver televisão, ou na cama a dormir. Eu tenho muita garra para ficar na cama. Aliás todas as manhãs alguém vai lá puxar-me e o colchão já está todo esgadanhado do esforço que faço para que não me arranquem de lá. E todos somos bons em alguma coisa.
Se calhar o Zé simplesmente não queria. Não queria! Primeiro achava que sim, e depois apercebeu-se que talvez... hmmmmm... Não, afinal não queria.
Talvez o Zé não estivesse disposto a sacrificar uma carreira profissional certa por uma incerta. Talvez quisesse contratos mais longos do que uma ou duas épocas. Talvez quisesse ser ele a ditar para onde vai no próximo ano com a família, e não um manager e uns dirigentes de uns clubes. Talvez não estivesse disposto a sacrificar uma vida pessoal reservada em troca de uma futura vida pessoal mediática e pública. Talvez o Zé não quisesse sacrificar os fins-de-semana com a família para trabalhar, ou meses fora em estágios e coisas que o valha. Talvez o Zé não goste de andar de avião e não lhe apeteça andar todas as semanas a passear de um lado para o outro para jogar ora aqui ora ali. Talvez o Zé não esteja para ter um preparador físico ou um treinador a chagar-lhe a paciência todos os dias. Talvez o Zé não aprecie árbitros que roubam para o SLB e não esteja para os aturar. Talvez o Zé não estivesse disposto a ter gente a mandar no que come, nas horas que dorme, se vai logo à discoteca ou não, se pode beber umas caipirinhas ao jantar ou não. Talvez o Zé não quisesse levar umas biqueiradas do Bruno Alves na testa. Talvez o Zé não estivesse disposto a aturar a opinião pública dos seres reles que coabitam o planeta. Talvez o Zé não quisesse compactuar com a corrupção de mais alto nível... Pronto, o Zé não queria!
O truque para se ter uma vida equilibrada e estar em paz com as decisões que tomamos é fazer duas listas simultaneamente e interdependentes:
DE QUE NÃO ABDICO?
O QUE ESTOU DISPOSTO A SACRIFICAR?
We're all mad here!
1 comentários
Listas sempre!
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