Aí estão mais uns "quase-dinossauros" da música portuguesa. Só não são mesmo dinossauros, porque para isso tinham de ser mais vividos que eu (como grupo musical). É um critério que inventei.

Num belo dia em 1991, no Porto claro, cinco bem dispostos tiveram a ideia magnífica de juntar as vozes e falar-nos a cantar acapella.

Vou fazer aqui uma pausa: Já viram o que o ser humano é capaz de fazer com... nada? Em certos desportos, assim como na dança e no canto, recorremos única e exclusivamente ao nosso birthday suit, et voilá! Todos usamos o nosso corpo e voz, anatomicamente semelhantes, da nascença ao leito (se tudo correr bem), mas só uma ínfimazinha parte de nós é capaz de realmente controlá-los e usá-los com mestria. Por isso mais do que canto, adoro grupos acapella. Não há limites para o que podemos fazer com algo que nos assemelha a todos. É incrível!

Continuando. Cresci a ouvi-los, tive o prazer de poder conviver com alguns deles, e entre covers e originais não sei dizer o que é melhor. Por um lado os covers são sempre muito bem "vozes-da-radializados", com arranjos que transformam os temas e parece que estamos a ouvi-los pela primeira vez. No entanto os originais têm letras com um sentido de humor que adoro, com duas colheres de sopa de licor caricatural, uma colher de chá de fábula por vezes, e uma chávena carregada de cinismo. Daquele bom que só alguns percebem e que nos faz rir no dia seguinte quando nos regressa à memória aquele verso! É que além de grandes vozes e arranjos, estes jovens rapazes são entertainers natos. Lindo!