B É L G I C A

Bélgica - visitar o quanto antes! A propósito da maluquice que se passou esta semana na Bélgica, revivi mentalmente o passeio que fizem...


Bélgica - visitar o quanto antes!

A propósito da maluquice que se passou esta semana na Bélgica, revivi mentalmente o passeio que fizemos o ano passado. Bélgica foi o destino eleito para 2015 e no dia 14 de Novembro lá embarquei com o J num voo com destino a Zaventem.
Sim, foi no dia seguinte ao atentado de Paris. Não dormi nada na noite do dia 13, não por medo ou terror, mas por raiva e pelo enorme sentimento de impotência que o Ocidente experiencia para impedir que este tipo de ataques se concretize, e que não consiga apanhar pela frente qualquer um de nós.

O objectivo dessa seita presumo que seja aniquilar o modo de vida do Ocidente, e para isso nada melhor do que aterrorizar "os cruzados" com ataques suicidas e ameaças de "dias sombrios, duros e amargos". Uuuuuuh! Deve ser para tentar que, através de tortura psicológica, a malta se tranque em casa com medo de viver. Eu não vou parar de viver, e se me chateiam muito ainda me alisto numa qualquer força militar de combate, ou num movimento para alteração da legislação que rege a vigilância e acção sobre estes canecos. (Ou não! Mas quase!)
É uma temática tão profunda e complexa quanto o ser humano, e até aparecer uma solução sugiro que aproveitem para viajar, não vá alguém explodir com as coisas lindas que fomos erguendo por aí e depois perdem a oportunidade de as apreciar convenientemente. Já que eles andam por aí em todo o lado e estamos sujeitos, mais vale continuar a viver e gozar a vida, e confiar que as entidades competentes estão a fazer o trabalho delas na luta anti-terrorismo, e acima de tudo: gerir as probabilidades. Não vou pôr o meu corpitxo no meio de cidades onde nos últimos meses têm havido ataques sucessivos, mas também não vou dar a vitória do terror a ninguém e ficar trancada em casa.

Para não deixar a Bélgica mal vista como destino turístico para os próximos tempos, deixo-vos aqui um bocadinho deste país em clima outonal. É um passeio surpreendente e acolhedor. Foi a primeira vez que fizemos uma viagem com circuito pois o normal é ir e ficar numa única cidade. Escolhemos Bruxelas-Antuérpia-Bruges-Gante e entre elas viajámos de comboio. Adoro andar de comboio pois dá para ir vendo a paisagem. Linda!

Pontos altos:
#1. Fins-de-semana de Outono (temperaturas piores que as de Inverno para nós) enchiam os parques. Muita gente a correr, famílias com as crianças a brincar e a trepar árvores, escuteiros a passear a vender coisinhas, turistada na rua.
#2. Toda a gente circula de bicicleta, e como tal há ciclovias por todo o lado e sinalização de trânsito luminosa própria para ciclistas. Os miúdos vão para a escola de bicicleta, os pais levam os bebés ao infantário de bicicleta, toda a gente vai trabalhar de bicicleta (muita gente de fato executivo).
#3. A combinação de estilos arquitectónicos nas quatro cidades é viciante. A construção de grande parte dos edifícios e monumentos principais atravessou várias épocas e períodos da história, e muitos foram refeitos ou restaurados. Resulta numa mescla de estilos muito interessante que vem desde o gótico ao contemporâneo, com alguns elementos como património mundial da UNESCO como a praça central de Bruxelas e o centro histórico de Bruges.

Pontos baixos:
#1. Tudo em todo o lado fecha às 18h, por isso chapéu. A partir dessa hora é ir jantar, beber um copo, ou ir nanar para o hotel.
#2. A restauração está demasiado turistizada como em quase todos os núcleos turísticos na Europa. É difícil arranjar sítios onde se coma bem, a não ser que se tenha feito um bom trabalho de casa antes e que se possa folgar o cinto, ou se use boxers/calcinhas em vez de tanga.
#3. A qualidade das fotos não ficou grande coisa. Estou a tratar do assunto. =P


Bruxelas

Apesar de ser capital foi a cidade que menos gostei. O centro é muito bonito mas tem demasiados emigrantes a vender coisas asiáticas na rua (se é que me entendem), e que tornam todas as cidades europeias iguais. Em centros históricos e pontos de interesse turístico quero é ver comércio tradicional e com história e significado, e que distinga esse local de todos os outros. Estava também à espera de algo mais vavavum e com melhor "espiríto". Pode ter sido dos ânimos pós-atentado, ou por ser fim-de-semana e as ruas das principais lojas estarem todas fechadas (é normal pelos vistos), e como tal a cidade fora do centro histórico encontrava-se mais vazia e com ar abandonado.
Olhando para a arquitectura da cidade, posso dizer que gostei bastante pois é uma boa combinação de história e modernidade, com edifícios antigos lindos entre edifício modernos extravagantes em arquitectura ou dimensão.















Antuérpia

É a segunda maior cidade belga, é o centro mundial do Diamante e tem um porto gigante que é dos maiores do mundo. O centro é delicioso com as praças beira-rio com baralhação de arquitectura medieval, gótica e barroca. A principal rua comercial "Meir" está repleta de edifícios lindos mas as lojas são maioritariamente cadeias europeias. Já as ruas perpendiculares têm lojas e boutiques nacionais com montras incríveis e de extremo bom-gosto. Adorei percorrer as diferentes áreas desta cidade, pois parece estar dividida em distritos muito bem delimitados. A zona dos diamantes que achei um pouco desconfortável e quis sair rapidamente dali; a zona comercial e com a casa de Rubens que é giríssima; a zona dos teatros e salas de espectáculo; a zona das faculdades, biblioteca e residências estudantis; a zona beira-rio com prédios para habitação modernos e divertidíssimos; as grandes avenidas em direcção ao tribunal; o Stadspark. Gostei mesmo muito da versatilidade arquitectural que dá uma grande dinâmica à cidade. Não há monotonia, para onde quer que se olhe há algo diferente que capta a atenção.
Foi em Antuérpia que encontrei duas paixões que vão ficar para a vida: a estação central de comboio e a Onze-Lieve-Vrouwekathedraal (catedral de Nossa Senhora). A catedral hipnotizou-me, não conseguia parar de querer olhar para tudo.
















Bruges

Provavelmente foi o dia que mais gostei da viagem. Andava aos pulinhos. Tudo me fazia sorrir e ficar entusiasmada. Os edifícios são todos baixinhos, com dois/três pisos, e encontram-se em perfeito estado de conservação, e em uso. O labirinto entre canais e ruinhas medievais deliciou-me, e o interior das igrejas e catedrais surpreendeu-me imenso. Por fora com aspecto humilde, por dentro cheio de petazetas.
Aqui sim o comércio de rua é interessante, cheio de artistas a vender as suas obras em telas ou esculturas. Adorei os moinhos a delimitar o centro histórico, a praça central com as suas casinhas coloridas e cheias de decorações e rococós, a beguinaria flamenga (aqui), e todas as lojinhas. O espírito é super positivo, toda a gente andava feliz e relaxada.
Os canais estão repletos de cisnes, o que contribui mais ainda para envolver esta terrinha numa aura mágica e de fantasia. Parece saída de um livro de contos.





 
















Gante

A cidade é muito bonita também, como se de uma Bruges mais desenvolvida se tratasse. Azar dos azares: choveu a potes (medonho!) e não deu para gozar a cidade como merecia.
As igrejas e a torre do sino são alucinantes, de uma grandiosidade imponente e com um cuidado enorme no restauro. Também ficava horas a olhar.















"Viajar é nascer e morrer a todo o instante", Victor Hugo

Poderá também gostar de:

0 comentários

Deixe mensagem