Acho que não é só impressão minha o esforço herculeano da "indústria" nos últimos anos para fazer com que o povo aprecie mais música. E claro, com o intuito de fazer com que a malta consuma mais cantilenas portuguesas e pelo caminho encha uns bolsinhos de alguém. Nada contra! Aliás, por mim 90% dos bolsos cheios do desporto passava-os para bolsos de músicos.

Entretanto os formatos televisivos de concursos de voz são às paletes, os festivais de Verão (e Primavera, e Outono, e Inverno) são às resmas, e há várias estações de rádio que parecem ter uma obrigação legal de x% de tempo a passar música tuga. Óptimo. Adoro!

Como tenho uns pais que têm muito bom gosto, cresci a ouvir os clássicos dinossauros (sem ofensa) da música nacional. Quem me dá Ruizinho Veloso a ouvir não precisa de me dar mais nada. Apesar diiiiisso, tenho adorado a brisa fresca que a juventude tem trazido à minha praia. A listinha de músicas que gosto de deixar tocar enquanto viajava ou trabalho está a ficar muito bem compostinha e dou por mim com sede de conhecer mais artistas portugueses.

Sou doida por Amor Electro. Sim! Amor electro por favor, o dia todo. Fora da caixa, ecléticos, profundos, arrepiantes, carismáticos, versáteis. Parece um rock criativo, com camadas para desfolhar, e uma voz com um certo toque fadista! Acho incrível o percurso da vocalista desde os Bravo Bravíssimos, as Popeline, Onda Choc, muitos bares, restaurantes, eventos, até ao grupo Donna Maria e agora aos Amor Electro. É preciso gostar muito de música e de cantar, é preciso ter isto a correr no sangue e tatuado na pele. Ok, confesso que tenho uma girl crush pela Marisa Liz. Pronto, confessei! ^_^

Mas não é só rock que este país dá à luz. O soul e o R&B estão a dar os primeiros passos (em modo internacional com o inglês) e que grandes primeiros passos:

Áurea com a sua voz descomunal e única, tem-me na palma da mão assim que solta a primeira nota. Fico hipnotizada com ar de suricate a ouvi-la. Estão a ver os suricates com as patinhas para cima, ar concentrado, e aqueles olhos esbugalhados? Sou eu...

HMB cheios de boa disposição e com aqueles beats gostosos que só me dão vontade de abanar o esqueleto conseguem tornar qualquer dia de m3r6a no melhor dia de sempre.

Expensive Soul são uma das minhas bandas de eleição, com um percurso que já vai longo e que me acompanha desde a adolescência com uma sonoridade muito diferente de tudo o que se faz cá e lá fora. Qualquer um os reconhece ao primeiro acorde. Sabem a Verão, e praia, e mar, e areia quente, e Leça.

Carolina Deslandes está a dar os seus passos com singles que estou a adorar. Já tinha ficado fã no Ídolos e ansiosa por vê-la a criar. A melhor performance dela e que ficou para sempre impressa na minha memória foi esta. Gosto particularmente de ouvi-la em modo acoustic, enfatiza a voz super melodiosa e doce que tem. É tipo a minha! Haha! Vamos ver o que nos traz mais por aí =)

Diana Martinez & the crib com o novo single Reverie conquistou-me. Tenho a dizer que não tinha ficado convencida lá com o That's just how we do it.

Há também os pops tipo maninhos Carreira, DAMA e AGIR e companhia,  (que não comento pois evito os pensamentos negativos neste blog), e os ÁTOA que acho muito fofinhos, e espero que continuem a trabalhar e venham a ser grandes. Continuo também à espera de ver um álbum daquele grande miúdo que foi à final do The Voice com o Mickael Carreira - Nuno Ribeiro. Anda lá miúdo. Trata lá disso!

Depois temos a malta que está algures entre o estreante e o dinossauro tipo:

Deolinda fazem-me sempre sentir em casa e surpreendem-me sempre com as letras. A nova música Corzinha de Verão é qualquer coisa de indescritível. Para mim é das melhores deles de todos os tempos. "Eu andei o ano inteiro, a juntar o meu dinheiro par'esta desilusãaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!". Brutal! É que é tal e qual o que acontece. E o videoclip é hilariante. Estou ansiosa por ouvir o resto do álbum Outras Histórias que está em pré-venda. Já ouvi um cheirinho de algumas faixas e promeeete!

Ana Moura é pioneira na evolução do fado. Fadistas houve muitos ao longo dos tempos. O fado já não é o preto, o negro, o escuro, o pesadão, o luto. Já houve quem fizesse o fado mais cinza escuro, outros mais cinza claro, outros mais prateado, já houve também quem fizesse o fado mais esbranquiçado. Mas esta mulher é poderosa, esta mulher faz o fado rosa, azul, amarelo, laranja, lilás. A Ana tirou o fado do armário e trouxe-o para o século XXI. A continuar assim vai ter uma carreira que se distingue a léguas de todos os outros artistas deste "estilo". O seu novo desfado, Dia de folga, está no ponto e o videoclip está giríssimo. Parabéns!

Miguel Zambujo e António Araújo. Ai! Troquei aí qualquer coisa. Qual é qual?

Estes dois esgotaram 500.000 coliseus. Que é isto? São bons, mas será que são assim tãaaao bons? O povo diz que sim. O Miguelito adoooooro. A balada astral com a Inês do meu coração é fantástica, e tudo o resto é também fantástico, verdade seja dita. Já o fofinho do Zambujo, é demasiado alentejano para mim. Atenção, sem ofensa aos alentejanos. Adoro a minha Mariazita, a minha Patrícia, o Rui. (Tenho saudades vossas malta.) Mas eles são bem mais activos e mexidos que este homem que parece as preguiças do Zootopia. A única música dele com que deliro é o Pica do 7, e foi escrita pelo Miguel. Por isso, não sei não. Ainda não estou convencida. Nem todos podemos gostar de amarelo. Mas a Elsa gosta tanto!

Ficam entretanto muuuuitos nomes por referir, mas há mais posts a caminho. Em cima têm um miminho das músicas fresquinhas (umas nem por isso) que tenho ouvido mais. Espero que gostem!