Milhos sem milhos

Domingo foi dia de laró. Invocados pelo fim-de-semana gastronómico dos Milhos lá fomos nós até Ribeira de Pena. O passeio começou (antoni...

Domingo foi dia de laró.
Invocados pelo fim-de-semana gastronómico dos Milhos lá fomos nós até Ribeira de Pena. O passeio começou (antonimicamente) com uma paragem antes da reentrada na civilização para apreciar uma paisagem de Inverno típica do Norte do país. 


Civilização, como quem diz pseudo-civilização. Ribeira de Pena é um concelho pequenino com cerca de 6500 habitantes e a área urbanizada é bastante contida. Na vila de Salvador, capital de concelho, estão condensados os serviços mínimos, escola, bombeiros, câmara, biblioteca, o mercado do Ribeiro (não há cá cadeias de supermercados), O coreto, uns rojões à maneira como só há no enterior desquecido nortenho e, claro, a Igreja matriz onde casou pela primeira vez Camilo Castelo Branco. O homem foi acolhido por uma tia que vivia na zona, e aprendeu latim com uns padrezitos para poder entrar em medicina. Não deu em grande coisa, pouco depois de ser aceite no curso desistiu. Era só para dizer que era capaz! Nananananana XD
Com 16 anos apaixonou-se por uma miúda de 14 anos com quem se casou na tal igreja. Whaaat? Uns curtos 2 anos depois decidiu gozar com alguém importante do pedaço publicando uma sátira na porta da mesma Igreja. Esse alguém não ficou muito contente pelo que o Camilinho teve de fugir deixando a miúda prenha. Que desgraçado! Havia de ser meu genro que eu contava-lhe uma história. Aposto que foi tudo uma endrominação para ter "motivo" para fugir. Ambas (mulher e filha) morreram no espaço de 5 anos após o Camilinho dar corda aos sapatinhos e ingressar no que viria a ser a sua vida de promiscuidade.







A caminho de Friúme, a uns 2km de Salvador, só existe vida nas margens de uma via de terra batida. A maior parte das habitações têm aspecto de serem segundas habitações para fins-de-semana e férias. Alguém achou engraçado trazer a Arquitectura moderna para o campo, tá bom.


Já outros decidem por restaurar as casinhas de família, resultando em belezas campestres como esta. Mudava-me já. Aos Sábados e Domingos. De 15 em 15 dias vá! Ok, só se também tivesse piscina para refrescar o corpitxo no Verão.



Olha vaquinhas ^_^


Chegados a Friúme demorou um pouquinho para descobrir esta casa escondida. Já viram onde o Camilinho/noivo em fuga morava? Uma casa minúscula com um quarto de 8m2 e um hall aspirante a cozinha de 3m2. Eu também fugia. Bem diziam os ribeira-penenses: Oh, não vale a pena ir lá, não tem nada que ver.

Estou a ser injusta, foi interessante ver a casa-museu. O piso inferior tem alguma informação relevante sobre a história deste nosso escritor. 



Depois de sairmos de Friúme (adoro este nome, Friúme. Friúme Friúme Friúme) o sol abriu e demos um saltinho a Santa Marinha para ver de perto este solar. Tinha aspecto de não lhe darem muito uso, é pena!



Este foi um dos pontos altos da visita para mim. Visitámos a principal travessia do Tâmega por estas bandas antes da construção de uma ponte em betão: a chamada ponte dos arames. Porquê? Porque a estrutura é feita com... tantanranran... arames/aço. Não? =O A sério? Mesmo? E perfis de madeira a formar o tabuleiro.
A ponte data de 1913, tem um vão de 57m e conta já com diversas reabilitações como reforço dos cabos de aço e substituição das ripas de pinho do passadiço. A oscilação é uma maravilha. Não se aconselha a quem for caguinchas e/ou não souber nadar yo.
Podia estar para aqui com palavreado técnico mas acho que não iriam querer saber. Ficam algumas fotos.






Já a desafiar um pouco a paciência ao fim de um dia comprido, corremos até Boticas para um sprint final. Mais fofinho e desenvolvido que Salvador. Vale a pena lá voltar com mais tempo para comer uns milhos ou mais uns rojões.





Ah, e não havia milhos. Escolhemos o melhor restaurante da zona, segundo os habitantes, e depois de 1h entediante de espera, não havia milhos. Mas os rojões estavam uma maravilha realmente! Só não valeram a hora de espera. Nem uma palavrinha, um pedido de desculpa, nada! Atiraram-nos com os pratos para cima, levantaram tudo no fim sem empatia. Não se pode dizer que tenha sido um atendimento típico do interior nortenho.


Bibó Norte!

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